4 de Fevereiro de 1961
Exaltação de nacionalismo dos angolanos
Monumento aos Heróis do 4 de Fevereiro (Foto Angop)
Completa-se este sábado 45 anos desde que se deu o maior levantamento popular, organizado contra o colonialismo português, para reivindicar a independência de Angola, e, por conseguinte, vários outros ganhos como trabalho dignificante e vida condigna para os angolanos.
Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacaram a casa de reclusão e a cadeia de São Paulo para libertarem presos políticos, ameaçados de morte.
O regime colonial fascista reagiu brutalmente e respondeu com uma acção de repressão em todo o país, com assassinatos, torturas e detenções arbitárias.
Essas prisões arbitrárias desencadeadas pela PIDE (polícia política portuguesa) contra os integrantes do "processo 50", os massacres da Baixa de Cassanje, Icolo e Bengo e detenção e assassinato de várias pessoas indefesas, levou alguns nacionalistas a organizarem-se para a luta de libertação.
Os preparativos da acção tiveram início em 1958, em Luanda, com a criação de dois grupos clandestinos, um abrangendo os subúrbios e outro a zona urbana, comandados por Paiva Domingos da Silva e Raúl Agostinho Deão.
A construção de um Estado unido, sem distinção de raças ou credo religioso foram outros dos objectivos perseguidos pelos heróis do 4 de Fevereiro.
A acção inseriu-se também nos anseios da população e na necessidade de se passar a formas de luta que correspondessem à rigidez da administração colonial. Para tal valeu a colaboração do cônego Manuel das Neves e outros combatentes.
O papel do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na preparação e organização da "acção directa" já constava do anúncio feito pelo seu Comité Director na conferência de Londres de Dezembro de 1960.
O 4 de Fevereiro de 19961 pode ser ainda considerado como um marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.
Os primeiros relatos de realce de resistência à ocupação colonial datam dos seculos XVI e XVII (1559-1600 e 1625-1656), conduzidos por Ngola Kiluanji e Nzinga Mbandi, esta soberana do Ndongo.
De lá para cá, a resistência anti-colonial vivenciada nos movimentos de libertação e outros grupos de acção clandestina, passam a ter alcance de reivindicações internacionalmente reconhecidas, conducentes, por exemplo, aos processos das independências das colónias africanas.
Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.
Por Rufino Manuel Agência «AngolaPress»
Publicado por Jorge Santos - Op.Cripto em fevereiro 4, 2006 12:22 AM (LESTE DE ANGOLA)
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4. O CASO SANTA MARIA E OS “VENTOS DE MUDANÇA” EM ANGOLA “Galvão, Santa Maria, Angola: há aqui uma ligação, uma cadeia estranha”.
“Elbrick veio ter comigo e foi claro: os Estados Unidos apoiam sem restrições a autodeterminação em África. Internamente, o boato é rei; e tudo parece a ponto de se esbarrondar. Grande crise nacional em perspectiva” 20. Franco Nogueira Ainda durante o rescaldo dos acontecimentos associados ao caso Santa Maria, um outro evento traumático vai testar a capacidade de resposta do Estado Novo que, ainda não totalmente restabelecido, é colocado de novo à prova, na sequência de uma onda de violência que assolou Luanda a partir da madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961.
Estes tumultos estiveram associados a uma tentativa gorada de assalto à Casa de Reclusão Militar de Luanda e a outros estabelecimentos prisionais, perpetrada por nacionalistas africanos. O seu intuito era proceder à libertação de correligionários
que,..........
19 Cf. Diário de Notícias, 17 de Fevereiro de 1961, p. 8.
(IN revistasapiens , com a devida vénia)
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